domingo, 25 de janeiro de 2009

UM ACERTO DO SBT

Para começar, uma nota do blog Canal Um, de Flávio Ricco e José Carlos Nery, que considero a fonte mais confiável de notícias sobre os bastidores da TV do Brasil:
Vicente Sesso vendeu os direitos das novelas “Uma Rosa com Amor” e “Minha Doce Namorada” para o SBT. Nenhuma das duas poderá ser adaptada pela mulher de Silvio Santos, Íris Abravanel. Sesso colocou em contrato que só ele - ou alguém autorizado por ele – poderá realizar este trabalho.
Em primeiro lugar, Vicente Sesso, pai do ator e diretor Marcos Paulo, está certo. Não assito à novela "Revelação", portanto pouco posso dizer do trabalho de Iris Abravanel. Mas creio que no SBT ainda esteja Letícia Dornelles, ex-colaboradora de Manoel Carlos (e ex-apresentadora de um programa esportivo da Band... Lembro bem de seus olhões arregalados!!! Com todo o respeito, hehehe...). Já é um caminho...

Em segundo lugar, Silvio Santos, o eterno "patrão", está mais certo ainda. E por que digo isso? Ele conseguiu se livrar do contrato com a mexicana Televisa, um Leviatã que lhe atava as mãos e exigia que os roteiros das novelas de lá - sofríveis em 90% dos casos - fossem rigorosamente cumpridos. Bom, é claro que ele assinou o contrato por que quis. Só depois é que viu o tamanho da burrada que fez. Em seguida, comprou os direitos das novelas de rádio escritas por Janete Clair. Um bom caminho, muito embora eu acredite que muitas delas não sejam adaptáveis, como, por exemplo, "A menina do veleiro azul", radionovela de Ivani Ribeiro que fracassou ao ser veiculada na TV.

Agora, com a compra dos direitos das novelas de Sesso, Silvio Santos volta-se para o país que melhor sabe fazer novelas no mundo: o Brasil. Volta-se a se preocupar com bons textos. Sim, os textos são antigos, vão precisar ganhar um molho atual, mas são textos nacionais. Serão remakes - e raras vezes um remake de novela é melhor do que o original. Noves fora Ivani Ribeiro, que sempre acertou a mão, vide "Mulheres de areia" (que juntava "Mulheres de areia" e "O Espantalho"), "Hipertensão" (remake de "Nossa filha Gabriela"), "A gata comeu" (remake de "A Barba Azul") e, por que não dizer "Amor com amor se paga" (cujo personagem de Fernando Torres, Tio Romão, veio lá de "Camomila e bem-me-quer"). Note-se, porém, que todos estes remakes foram reescritos pela própria autora. Talvez aí a razão de seu sucesso.

O acerto do SBT é este: voltar a apostar em obras de autores nacionais. Primeiro, os clássicos, pra dar uma segurança e segurar tanto um público nostálgico quanto o mais jovem, curioso para ver as novelas do "passado". Depois, que tal investir em histórias originais?

Um comentário:

Marcos Silvério disse...

De acordo. Investir em autores brasileiros já é um grande passo. E mais: investir em novos talentos. Temos muita gente boa por aí à espera de uma oportunidade. Recentemente Aguinaldo Silva lançou um teste para selecionar 12 candidatos para uma "Master Class". Ele esperava receber algo em torno de 100 inscrições e apareceram nada menos que 1.136, ou seja, umas 10 vezes mais. As emssoras precisam abrir as portas para essa galera...