A novela de Miguel Falabella, que originalmente ocuparia o horário das sete, foi um fiasco. Ele já vinha de outro chamado "A lua me disse". Às sete o resultado poderia ser outro, quem sabe? A sinopse precisou ser alterada por causa do horário e mudanças às pressas tendem a descaracterizar o trabalho original.
Mas nada disso serve de desculpa: a história principal seria a mesma e ela não agradou. Era fraca. A história marcou 19 pontos ontem, capítulo de meio de semana. Da última semana. Como diz um amigo meu: "Isso é não bom."
Na época de "Ciranda de pedra", outro fracasso, muita gente dentro da Globo começou a bater determinado tambor: o problema de audiência da faixa seriam as novelas de época. O publico mudou, chegou a internet e coisa e tal. Esqueceram-se de "O profeta", que segurou as pontas do início ao fim e de "Almas gêmeas", outro sucesso do horário.
Pra mim, a questão se resume em boas histórias. As que vem ocupando tanto a faixa das seis quanto a das sete são fracas. "Beleza pura" até que não fez feio e apostou numa estreante que não era tão estreante, Andrea Maltarolli (que criou, junto com Emanuel Jacobina, "Malhação"). Mas estão faltando boas histórias, boas tramas. Protagonistas mal escalados, muito cacique mandando...
Bem vai fazer Ricardo Waddington. A ser verdade o que eu li por aí, o diretor pediu para a emissora várias sinopses. Mas mandou arrancar as folhas de rosto para que ele não soubesse quem era o autor e não se deixasse influenciar pelo nome. Porque isso acontece, claro. O autor X, com 30 novelas no currículo, geralmente tem a sua sinopse aprovada por osmose. Enquanto Y, o jovem candidato, escreveu sinopse melhor e, por não ter nome, volta pra gaveta. Que esta nota sobre Waddington esteja certa. Na Globo, tem muita gente boa só esperando uma chance. É sangue novo que pode fazer a diferença...